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Parkinson Testemunho

por romasi, em 22.01.08

 

 

 

(Vídeo com pintura de

 

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

  

 

Certo dia o céu desabou em mim: Fiquei a saber que sofria do Mal de Parkinson.

Foi assim que um dia escrevi quando resolvi criar um blog onde se falasse, e desse notícias, de avanços sobre a doença de Parkinson.

Passados estes anos vamos reparando que ficamos completamente sós, melhor, vamo-nos isolando no casulo das nossas casas – entre quatro paredes – e isso é mau.

A internet é um instrumento que nos pode ligar à vida – mesmo virtual. Pese isso, no meu caso, penso muitas vezes no meu futuro – no meu futuro muito negro. É verdade que devemos não desistir! É verdade que existem pessoas, dedicadas ao voluntariado, que tudo fazem para ajudar nas associações de Parkinson, porém, está verdadeiramente em nós, aqueles que ainda se podem movimentar, alterar as coisas procurando combater essa força natural para nos isolarmos.

Falando na primeira pessoa, afectado do lado esquerdo já há mais de 4 anos, não tenho outro remédio senão trabalhar. Isto de aposentações por incapacidade é complicado e, certamente, terei de optar por sair com penalização. Aqui começa a minha revolta quando vejo que o sacrifício não é para todos. Uns comem o bife outros comem as espinhas.

Quem faz a Lei terá de se aposentar aos 65 anos? Precisam de fazer 40 anos de descontos ou basta uma dúzia?

Qual a razão para se uniformizar por baixo, cortando regalias e mantendo, ao mesmo tempo, benesses adquiridas que me fazem corar de revolta!

Serve isto para dizer que a evolução da doença não é uniforme para todos e o mesmo acontece a certos senhores que se reformam com “chorudas” e acumuladas reformas, - um verdadeiro escândalo nacional.

Voltando ao meu caso, noto recentemente uma lenta prisão no movimento na minha mão direita que vai impedindo de reagir, como então o fazia. Como sou Funcionário Público e tenho de cumprir com objectivos! Que objectivos irei cumprir afectado como estou?

-Tenho de me aposentar perdendo 4,5% por ano de antecipação! Se não o fizer e adiando como adio a fisioterapia que vai ser de mim?

Finalizo com uma proposta que certamente resolveria esta questão. Como sabem os jovens estão a ficar desempregados e a emigração vai levando essa mão-de-obra.

A minha proposta é manter a idade de reforma como estava e criar uma Lei que impeça os reformados, que tenham reformas acima de 1000 Euros (por exemplo), de exercerem qualquer trabalho remunerado até aos 70 anos. Deste modo evitava-se que os reformados viessem a retirar postos de trabalho aos jovens, criavam-se empregos e cumpria-se o que tinha sido prometido, há muitos anos, por Lei aos trabalhadores.

Finalizo este testemunho para agradecer mais uma vez aos voluntários que ajudam e apoiam os que sofrem de doença incapacitante.

Aos investigadores que lutam pela descoberta da cura para as doenças degenerativas.

Quero agradecer à classe médica e ao pessoal de saúde que vai fazendo o que pode para remediar o sofrimento.

Quero recordar os familiares e os verdadeiros amigos que estão sempre prontos para ajudar. – Por vezes basta um gesto ou uma simples palavra.

Voltando ao meu caso – que seria de mim sem a constante presença da minha doce Elisabete Sombreireiro Palma. Não tenho palavras ou poemas que consigam explicar o quanto a Bete me tem ajudado. Os meus melhores poemas são-lhe dedicados, como o foi primeiro vídeo que consegui fazer, a muito custo, com a sua pintura.

Falar de Elisabete M. Sombreireiro Palma é falar de verdadeiro amor e dedicação ao próximo. É falar de arte! Foi com a sua pintura e com fados da Fadista Ana Marina que construí o vídeo que aqui deixo.

Esta é a justa homenagem que faço àquela que me ajuda a apertar os botões, que me ajeita o nó da gravata e a roupa. Esta é a simbólica homenagem a todos aqueles e aquelas que, sem darem a cara e sem publicidade ou à espera de agradecimento, ajudam ou estão sempre prontas a ajudar quem sofre.

Saúde para todos

Rogério Martins Simões

 

 

 

http://www.youtube.com/watch?v=iokb8FXy3Gw

 

 

http://video.google.com/videoplay?docid=8291487629655378595&hl=en

 

 

 

 

 

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publicado às 00:18

 

 

(Pintura à vista. Vista da nossa janela. Lisboa

Óleo sobre tela da autoria de Elisabete Maria sombreireiro Palma)


A Ciência Portuguesa Precisa do Apoio de Todos

Prof. Tiago Fleming Outeiro, Instituto de Medicina Molecular e Faculdade de Medicina de Lisboa

 

Numa altura em que a população mundial está a envelhecer rapidamente, a vida humana enfrenta desafios crescentes. O cérebro, essa máquina espantosa que controla a essência da nossa existência, não é imune ao processo de envelhecimento. Infelizmente, por motivos que ainda não compreendemos, muitos de nós acabamos por sofrer de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer, Parkinson, esclerose múltipla, ou outras.

A doença de Alzheimer, a doença neurodegenerativa mais comum, afecta cerca de 3% das pessoas entre os 65 e os 74 anos de idade, mas este número torna-se muito mais “assustador” depois dos 85 anos, afectando quase 50% das pessoas. Estima-se que em 2040, 80 milhões de pessoas em todo o mundo sejam afectadas pela doença de Alzheimer. Em Portugal são já 70,000 os doentes de Alzheimer, e 20,000 os doentes de Parkinson. São números elevados, com custos sócio-económicos enormes, e que devem fazer-nos pensar. Estes problemas clamam desesperadamente pela nossa atenção, já que as actuais terapias são apenas sintomáticas, e não impedem a progressão destas doenças. É necessária intensa investigação para que sejamos capazes de perceber os mecanismos moleculares básicos que estão na origem dos problemas, e permitir assim o desenvolvimento de novas oportunidades terapêuticas.

Uma estratégia necessária no estudo destas doenças inclui a observação directa das células do cérebro em funcionamento, utilizando tecnologias de vanguarda, como a microscopia multi-fotão. O microscópio multi-fotão utiliza um laser muito potente, mas também muito caro, que permite a observação do cérebro ao mesmo tempo que minimiza minimizando os efeitos secundários tóxicos que estão associados com técnicas de microscopia convencionais.

O Instituto de Medicina Molecular (IMM), uma das instituições de renome internacional em Portugal, situada no campus do Hospital de Santa Maria em Lisboa, está profundamente dedicado ao estudo do cérebro, e procura, neste momento, apoios para a aquisição de um microscópio multi-fotão. Ao consegui-lo, fará parte do número reduzido de instituições, em todo o mundo, que possui esta tecnologia de ponta.

A aquisição de um microscópio multifotão permitirá aos investigadores do IMM e os seus colaboradores investigar a origem de muitas doenças que afectam a função neuronal e têm efeitos devastadores para os doentes.

Os resultados obtidos através desta tecnologia poderão ter um papel fundamental no desenvolvimento de novas formas de intervenção nestas doenças, dando grande visibilidade ao nosso país.

A ciência Portuguesa precisa do apoio de todos para este objectivo em concreto, que em muito pode beneficiar toda a sociedade, e espera o envolvimento daqueles que possam e queiram contribuir e associar-se a esta iniciativa.

 

Para saber mais sobre esta iniciativa contactar Marta Agostinho (marta-elisa@fm.ul.pt). Para saber mais sobre o IMM, consultar www.imm.ul.pt.

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publicado às 22:41

 

 

( Cópia, óleo sobre tela

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)


Tiago Fleming Outeiro

 

Dança Comigo – Uma Nova Vida Através do Movimento

 

Recentes previsões apontam para um aumento significativo do número de pessoas afectadas pela doença de Parkinson, um facto em tudo relacionado com o envelhecimento da população mundial. Não se tratando de um risco aumentado mas sim de um maior número, resultante também de um maior número de casos diagnosticados, importa no entanto que vamos dedicando mais atenção a esta doença para que possamos ajudar quem dela sofre com todas as armas ao nosso dispor.

 

A doença de Parkinson é uma doença neurodegenerativa caracterizada pela morte selectiva de um tipo de células específicas (neurónios dopaminérgicos) que produzem dopamina. A dopamina é uma substância que transmite permite que certos tipos de neurónios sejam activados, nomeadamente aqueles que controlam a parte motora que e afectada nos pacientes, levando a que tenham rigidez muscular, dificuldade em iniciar movimentos, e tremores.

Por ser uma doença tão debilitante, afectando não só os pacientes mas também as suas famílias, importa que sejamos capazes de descobrir novas formas para atenuar os seus efeitos e, um dia, prevenir e reverter os seus efeitos.

As terapias existentes actualmente são, principalmente, destinadas a tratar os sintomas. Algumas delas funcionam muito bem, durante alguns anos, em muitos dos pacientes. Mas, normalmente, ao fim de alguns anos deixam de funcionar, e causam efeitos secundários indesejáveis.

Enquanto os investigadores não encontram as respostas que procuram, há outras estratégias para contrariar os efeitos debilitantes. Uma das formas consiste em manter os pacientes activos fisicamente, tanto quanto possível.

Nos EUA, várias das associações de doentes de Parkinson incentivam e promovem aulas de dança para os doentes, um óptimo exercício para quem sofre desta doença.

Os pacientes sentem os efeitos benéficos da actividade nas suas articulações, nos seus movimentos em geral, e também no espírito, uma vez que dançar é uma óptima forma de combater o estado depressivo em que muitas vezes se encontram. Mas este tipo de terapia, por muito inovadora que possa parecer, tem sido utilizada há mais de meio século, com doentes do foro psiquiátrico.

Não há passos específicos ou movimentos mais aconselháveis do que outros. Está tudo relacionado com o movimento, o ritmo, e a forma física.

O objectivo de certos movimentos e trabalhar problemas específicos que os doentes de Parkinson apresentam, como a rigidez muscular ou a capacidade de fazerem “duas coisas ao mesmo tempo”, como moverem o braço numa direcção e uma perna noutra. O que se pensa e que a actividade física, quer seja caminhar, jogar ténis, ou dançar, vai permitir reforçar vias, ou simplesmente criar novas vias, ao nível do cérebro, e da comunicação entre os neurónios.

A actividade física tem efeitos benéficos noutras doenças também, como a esclerose múltipla ou em tromboses, onde os pacientes sentem os benefícios até ao nível da fala, que é muitas vezes afectada.

 

Ajudar aqueles que precisam pode, assim, passar pela dança. Deixo aqui, como sugestão, que, por iniciativa própria ou dos familiares, sejamos capazes de perguntar: “dança comigo”?

 ( Artigo de 2007. O Professor Tiago trabalha agora em Portugal)

O Dr. Tiago Fleming Outeiro é um Cientista português

Trabalha no MassGeneral Institute for Neurodegenerative Disease (MIND), afiliado com o Massachusetts General Hospital e Harvard Medical School, em Boston, EUA

Este instituto dedica-se ao estudo de várias doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Alzheimer, Huntington e ALS.

Obrigado pela sua colaboração,

Rogério Martins Simões

 

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publicado às 21:03



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