CHORO DE DOR!
Rogério Martins Simões
Tenho um remo sem timoneiro.
Grudo a vida nas minhas preces.
Para que serve o meu veleiro?
Se, sem beber, ando aos esses.
Entorno a sopa no cancioneiro…
Colo versos e não os mereces.
Molho a pena no meu tinteiro:
Sonetos que na tristeza teces!
Treme a perna! Treme a mão!
Treme a mesa! Treme o chão!
Prendo versos no meu olhar.
Paro de tremer para a escutar:
- Coração, não tem mal de amor!
Vai borboleta! Choro de dor!
Lisboa, 17-03-2009 23:17:27