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Introspecção

por romasi, em 20.05.08

 

 

 

 

 

INTROSPECÇÃO

 

Se não conseguires escrever

com as duas mãos,

ainda assim, escreverás com uma;

 

Se tiveres dificuldade em escrever direito,

com uma mão,

escreve com os dedos que te restam;

 

Se te tremerem as mãos

e sentires que te olham,

não te importes!

Só treme quem está vivo.

 

Se não conseguires escrever

Dita os teus reversos

para que alguém

te apare a escrita…

e o néctar dos teus versos.

 

Se mesmo assim

tiveres em dificuldade,

esforça-te:

 grava as palavras

no teu coração

E recorda que já foste poeta

 

Lisboa, 29 de Janeiro de 2008

 

Rogério Martins Simões

 

 

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publicado às 02:46


Parkinson Testemunho

por romasi, em 22.01.08

 

 

 

(Vídeo com pintura de

 

Elisabete Maria Sombreireiro Palma)

  

 

Certo dia o céu desabou em mim: Fiquei a saber que sofria do Mal de Parkinson.

Foi assim que um dia escrevi quando resolvi criar um blog onde se falasse, e desse notícias, de avanços sobre a doença de Parkinson.

Passados estes anos vamos reparando que ficamos completamente sós, melhor, vamo-nos isolando no casulo das nossas casas – entre quatro paredes – e isso é mau.

A internet é um instrumento que nos pode ligar à vida – mesmo virtual. Pese isso, no meu caso, penso muitas vezes no meu futuro – no meu futuro muito negro. É verdade que devemos não desistir! É verdade que existem pessoas, dedicadas ao voluntariado, que tudo fazem para ajudar nas associações de Parkinson, porém, está verdadeiramente em nós, aqueles que ainda se podem movimentar, alterar as coisas procurando combater essa força natural para nos isolarmos.

Falando na primeira pessoa, afectado do lado esquerdo já há mais de 4 anos, não tenho outro remédio senão trabalhar. Isto de aposentações por incapacidade é complicado e, certamente, terei de optar por sair com penalização. Aqui começa a minha revolta quando vejo que o sacrifício não é para todos. Uns comem o bife outros comem as espinhas.

Quem faz a Lei terá de se aposentar aos 65 anos? Precisam de fazer 40 anos de descontos ou basta uma dúzia?

Qual a razão para se uniformizar por baixo, cortando regalias e mantendo, ao mesmo tempo, benesses adquiridas que me fazem corar de revolta!

Serve isto para dizer que a evolução da doença não é uniforme para todos e o mesmo acontece a certos senhores que se reformam com “chorudas” e acumuladas reformas, - um verdadeiro escândalo nacional.

Voltando ao meu caso, noto recentemente uma lenta prisão no movimento na minha mão direita que vai impedindo de reagir, como então o fazia. Como sou Funcionário Público e tenho de cumprir com objectivos! Que objectivos irei cumprir afectado como estou?

-Tenho de me aposentar perdendo 4,5% por ano de antecipação! Se não o fizer e adiando como adio a fisioterapia que vai ser de mim?

Finalizo com uma proposta que certamente resolveria esta questão. Como sabem os jovens estão a ficar desempregados e a emigração vai levando essa mão-de-obra.

A minha proposta é manter a idade de reforma como estava e criar uma Lei que impeça os reformados, que tenham reformas acima de 1000 Euros (por exemplo), de exercerem qualquer trabalho remunerado até aos 70 anos. Deste modo evitava-se que os reformados viessem a retirar postos de trabalho aos jovens, criavam-se empregos e cumpria-se o que tinha sido prometido, há muitos anos, por Lei aos trabalhadores.

Finalizo este testemunho para agradecer mais uma vez aos voluntários que ajudam e apoiam os que sofrem de doença incapacitante.

Aos investigadores que lutam pela descoberta da cura para as doenças degenerativas.

Quero agradecer à classe médica e ao pessoal de saúde que vai fazendo o que pode para remediar o sofrimento.

Quero recordar os familiares e os verdadeiros amigos que estão sempre prontos para ajudar. – Por vezes basta um gesto ou uma simples palavra.

Voltando ao meu caso – que seria de mim sem a constante presença da minha doce Elisabete Sombreireiro Palma. Não tenho palavras ou poemas que consigam explicar o quanto a Bete me tem ajudado. Os meus melhores poemas são-lhe dedicados, como o foi primeiro vídeo que consegui fazer, a muito custo, com a sua pintura.

Falar de Elisabete M. Sombreireiro Palma é falar de verdadeiro amor e dedicação ao próximo. É falar de arte! Foi com a sua pintura e com fados da Fadista Ana Marina que construí o vídeo que aqui deixo.

Esta é a justa homenagem que faço àquela que me ajuda a apertar os botões, que me ajeita o nó da gravata e a roupa. Esta é a simbólica homenagem a todos aqueles e aquelas que, sem darem a cara e sem publicidade ou à espera de agradecimento, ajudam ou estão sempre prontas a ajudar quem sofre.

Saúde para todos

Rogério Martins Simões

 

 

 

http://www.youtube.com/watch?v=iokb8FXy3Gw

 

 

http://video.google.com/videoplay?docid=8291487629655378595&hl=en

 

 

 

 

 

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publicado às 00:18


Sonhos desfeitos!

por romasi, em 19.10.07

 

(Óleo sobre tela Elisabete M. Sombreireiro Palma)

 

(Parabéns Elisabete!

Meu lindo sonho presente e belo - como lindos são os teus quadros.

Desta vez dedico-te um soneto)

 

 

 

Sonhos desfeitos

Rogério Martins Simões

 

O Sol resplandece e a água espuma

As ondas vagueiam e o barco desliza

Sobra no meu peito uma dor bruma

Que se esfuma nas colinas da brisa

 

A minha mão sobressai e já foi calma

O meu papel reproduz o adverso

Deixa escrever o que chora a alma

Acalma, vagueia e ensaia um verso

 

A escrita azul tem uma mancha preta:

Letra miudinha que desenha a caneta.

Do bloco de notas gotejam os defeitos

 

E se não mais encontrar sonho vão…

Fiquem os versos que redigi com a mão

Colorindo sonhos, com sonhos desfeitos

 

 

Lisboa – Tejo – 14 de Agosto de 2007

Concluído em 18 de Outubro de 2007

http://poemasdeamoredor.blogs.sapo.pt

 

 

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publicado às 00:00


Elevo o espírito

por romasi, em 04.09.07

 

(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)

 

 

 

Elevo o espírito

Rogério Martins Simões

 

Elevo o espírito! Tenho os olhos perto

Só o pensamento não o sinto tremer…

Entoo, num canto, um canto encoberto

O que a tremura não me deixa fazer.

 

Volto à poesia na catarse que liberto

Chegaste, assim, ao impasse quefazer?

Desdobro e retomo o amanhã incerto

Faço de conta que se vive sem viver?

 

Aperto as minhas mãos para as libertar

Vejo-as estremecer! Já não sabem parar

Salva-me poesia, não me deixe ficar mal.

 

Volta poesia, pois de chorar tudo chorei.

Volta! Que na dor, pela dor não morrerei

Quanta melancolia têm estes olhos de sal!

 

Meco, 09-07-2007 20:03

 

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publicado às 22:02


Piso a areia da praia

por romasi, em 24.08.07

 

 

 

Piso a areia da praia

Rogério Martins Simões

 

Piso a areia da praia!

Que peso pesam os pés!

Parecem mesmo uma raia

Presa nas marés.

 

Transporto a toalha

Levo comigo o jornal

Lembro-me de jogar a malha

Levo a dor no bornal

 

Piso a areia da praia!

Vou pela borda da água.

Onda amena que se espraia

Leva contigo a minha mágoa...

 

Queria de novo ter saúde

Seria novamente tão feliz

Tremer não é virtude

Tremer eu nunca quis

 

Deito-me!

Penso!

Mesmo deitado no chão

- Mulher! Porque me aturas?!

Não te queria dar razão

Mas és tu que me seguras!

 

Como esta areia brilhante

A que a praia chamou de sua

Areia que da praia és amante

Oh mar salgado a praia é tua!

 

Um perfume paira no ar…

A vida a Deus pertence

O sol quente esconde a lua…

A maresia não veio para ficar...

A Parkinson não me vence

Vou continuar a lutar!

 

Piso a areia da praia

A maresia sofre um revés

A areia parece cambraia

Sacudo a raia dos pés…

 

30-09-2004 21:00:13

Aldeia do Meco

 

 

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publicado às 00:33


Preciso de paz! Necessito de luz

por romasi, em 03.05.07

 

(Óleo sobre tela – 2007-

Elisabete M. Sombreireiro Palma)

 

 

Preciso de paz! Necessito de Luz

(Rogério Martins Simões)

 

Carrego as minhas emoções,

Sou lembrança e pensamento.

Como distinguir o indistinto

Se tudo não parece mudar

 

Confundem-me as emoções!

Bebo em cada momento,

A bebedeira que não sinto

Tombo! O meu corpo vai tombar!

 

Pouco importa que eu chore

Se meu o choro já não chora!

 

Decerto que a lua fugiu…

pois toda a noite se fez breu.

Ando por aí sem rumo,

cegueira virtual

que me conduz ao abismo.

 

Foi de propósito!

Conhecem o meu gosto pelo

Luar…

Acabo por passar

por uma fase da lua à

cintura…

 

Preciso de luz!

Necessito de paz!

 

Conduziram a estrela

da noite

ao hospício

Amarraram-na

num colete-de-forças.

 

Não forces o teu sorriso!

Se não te avisto…

Visto um disfarce

para libertar os prisioneiros…

 

Rastejo barata pelas

paredes

Medeio um conflito

entre loucos…

Preciso de luz!

Necessito de paz!

 

Certo que a lua não

fugiu,

de mim, sem eu…

Meu rumo é sofrer,

vendo, no real, este enorme

cinismo.

Roubaram o que me resta

do verbo amar

Acabo por cegar

e ainda, assim,

enxergo a amargura!

 

Lisboa, 3 de Maio de 2007

 

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publicado às 22:53


Ondas me vão levando

por romasi, em 13.03.07

(Meco- Portugal 2007)

 

Ondas me vão levando

Rogério Martins Simões

 

Nestas tardes, vazias, ondas me vão levando

Nestas tardes tardias, nas ondas terei sofrido

Morto estarei se breve não estiver chorando…

Cedo estarei chorando; se tarde haverei morrido…

 

Homem, poeta, quimera ou sonho, até quando?

Aceito as tardes vazias e não me dou por vencido

Estou morto? Ou vivo num corpo que não comando?

Passos os dias sofrendo, de tanto sofrer dividido

 

E se a dor avançar, chorar não é humilhação

Quero combater meus choros desta atribulação

Quero esgrimir que o mau tempo traz a bonança

 

Erguerei barreiras para conter todas as marés

Que me travam as mãos e me tolhem os pés

E com elas erguerei uma fortaleza de esperança

 

05-03-2007 21:51 

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publicado às 13:44

A coragem não falta aos grandes homens!

Todos temos de lutar e tentar viver um dia de cada vez - o melhor possível.

Rogério

 

ESPERANÇA

Rogério Simões

 

Entrelaço os meus dedos nos teus

Vivas ilusões, ténues lembranças

Foram inatingíveis os versos meus

Outono breve, poucas esperanças

 

Ateámos o fogo nas estrelas dos céus

Mapeávamos nossos corpos de danças,

Encontros e desencontros, não são réus

Presos não estamos, procuro mudanças

 

Agora, adorno enigmas, bordados de cruz

Cintilam horizontes de esperança e luz

Meu fogo arde no mais puro cristal

 

E se na alquimia busco a perfeição

Respondo às interrogações do coração

Descubro no amor a pedra filosofal.

 

Lisboa, 02-10-2006 23:58

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publicado às 00:27


Slides da Drs. Anne Frobert

por romasi, em 19.03.06

 

O QUE SE DEVE SABER
SOBRE O DOENÇA DE PARKINSON?
 
 
Recebi, da Dra. Anne Frobert, uma mensagem dirigida a todos os portadores da doença de Parkinson, às suas famílias e à classe médica em Portugal.
Bonjour,
Je suis très heureuse de t'envoyer un travail que, j'espère, tu pourras diffuser au Portugal le plus largement possible.
Regarde-le puis montre-le largement, il est gratuit et fait déjà le tour du monde.
Les neurologues nous donnent tous leurs félicitations.
Lis ce que j'ai écrit sur mon blog aujourd'hui : Associação Parkemedia
Anne
A Dra. Anne Frobert colocou à disposição de todos os Portugueses uma sequência de slides por si idealizada, realizada por António Cortina e traduzida para Português pela Professora Dalva Molnar.
 
O QUE SE DEVE SABER SOBRE O DOENÇA DE PARKINSON?  
 Uma apresentação  PowerPoint  que deve ser acedida aquiSequência de Slides
ANNE FROBERT
É formada em medicina pela Universidade Claude Bernard de Lyon, na França.
Estudou ginecologia - obstetrícia e especializou-se em cirurgia de câncer ginecológico.
"Em Maio de mil novecentos e noventa e nova (1999), alguns dias antes do seu quadragésimo segundo (42°) aniversário, a sua mão direita foi progressivamente ficando paralisada e, finalmente, um diagnóstico de doença de Parkinson precoce.
Graças à ajuda da Internet pelos doentes do mundo inteiro, conheceu o Professor Marcilio Dos Santos e Professora Dalva De Paula Molnar (do Brasil) com os quais se corresponde praticamente todos os dias desde há meses."
Termino esta mensagem com um poema dedicado à Dra. ANNE FROBERT
ALVOROÇO
Rogério Simões
Escondo a mão,
Mão no bolso.
Qual a razão
Do alvoroço!
 
Todos me olham
Todos reparam
Que trapalhada,
(se fosse canhoto
Disfarçava!)
 
Treme a mão
Treme o garfo
Não tenho fome!?
Peço um café.
Sofro!
 
Rogério Simões
3/6/2004
Volto a sugerir que vejam os slides

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publicado às 23:56



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