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(Óleo sobre tela Elisabete Sombreireiro Palma)
Elevo o espírito
Rogério Martins Simões
Elevo o espírito! Tenho os olhos perto
Só o pensamento não o sinto tremer…
Entoo, num canto, um canto encoberto
O que a tremura não me deixa fazer.
Volto à poesia na catarse que liberto
Chegaste, assim, ao impasse quefazer?
Desdobro e retomo o amanhã incerto
Faço de conta que se vive sem viver?
Aperto as minhas mãos para as libertar
Vejo-as estremecer! Já não sabem parar
Salva-me poesia, não me deixe ficar mal.
Volta poesia, pois de chorar tudo chorei.
Volta! Que na dor, pela dor não morrerei
Quanta melancolia têm estes olhos de sal!
Meco, 09-07-2007 20:03
(Óleo sobre tela – 2007-
Elisabete M. Sombreireiro Palma)
Preciso de paz! Necessito de Luz
(Rogério Martins Simões)
Carrego as minhas emoções,
Sou lembrança e pensamento.
Como distinguir o indistinto
Se tudo não parece mudar
Confundem-me as emoções!
Bebo em cada momento,
A bebedeira que não sinto
Tombo! O meu corpo vai tombar!
Pouco importa que eu chore
Se meu o choro já não chora!
Decerto que a lua fugiu…
pois toda a noite se fez breu.
Ando por aí sem rumo,
cegueira virtual
que me conduz ao abismo.
Foi de propósito!
Conhecem o meu gosto pelo
Luar…
Acabo por passar
por uma fase da lua à
cintura…
Preciso de luz!
Necessito de paz!
Conduziram a estrela
da noite
ao hospício
Amarraram-na
num colete-de-forças.
Não forces o teu sorriso!
Se não te avisto…
Visto um disfarce
para libertar os prisioneiros…
Rastejo barata pelas
paredes
Medeio um conflito
entre loucos…
Preciso de luz!
Necessito de paz!
Certo que a lua não
fugiu,
de mim, sem eu…
Meu rumo é sofrer,
vendo, no real, este enorme
cinismo.
Roubaram o que me resta
do verbo amar
Acabo por cegar
e ainda, assim,
enxergo a amargura!
Lisboa, 3 de Maio de 2007
(Meco- Portugal 2007)
Ondas me vão levando
Rogério Martins Simões
Nestas tardes, vazias, ondas me vão levando
Nestas tardes tardias, nas ondas terei sofrido
Morto estarei se breve não estiver chorando…
Cedo estarei chorando; se tarde haverei morrido…
Homem, poeta, quimera ou sonho, até quando?
Aceito as tardes vazias e não me dou por vencido
Estou morto? Ou vivo num corpo que não comando?
Passos os dias sofrendo, de tanto sofrer dividido
E se a dor avançar, chorar não é humilhação
Quero combater meus choros desta atribulação
Quero esgrimir que o mau tempo traz a bonança
Erguerei barreiras para conter todas as marés
Que me travam as mãos e me tolhem os pés
E com elas erguerei uma fortaleza de esperança
05-03-2007 21:51
PARKINSON PORTUGAL